Revolucionar

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sábado, 12 de setembro de 2009

Rap da Independência

produção desenvolvida pelos ESTUDANTES DA ESCOLA DA FAZENDA - YGOR PEREIRA E IGOR PASSOS (ambos 8ºano) na disciplina de História.

RAP DA INDEPENDÊNCIA

Diferente dos outros países da América Latina
A nossa independência
Foi comprada, não teve nenhuma violência
Os negros e os índios não tomaram conhecimento
Foram só os ricos que participaram do movimento
A independência não soube nos libertar
Por que voltou para nos aprisionar
Nos aprisionou politicamente
Nas mãos da corrupção do maldito presidente
Já tava tudo no esquema bolado por D. João
Seu filho mais velho viraria o novo capitão

Os escravos não ganharam liberdade
Só para beneficiar a elite da sociedade
Mais isso tudo D. João já sabia
Que o Brasil viraria monarquia
E já que não havia democracia
A sociedade vivia sem o governo dar a mínima
E dessa forma ninguém se anima

Em 1808 fugindo da França
A corte, D. João VI e sua pança
Vieram para o Brasil
França fez o bloqueio continental
Mas Portugal não respeitou
E com ajuda da Inglaterra navegou
A Inglaterra entrou no nosso pacto colonial
E isso foi culpa de Portugal
Os produtores do Brasil se beneficiaram
E foi os ingleses quem ganharam
Ganharam muito dinheiro
Enquanto alguns brasileiros ficaram com o cheiro
A corte ficou muito tempo no Brasil
E os portugueses não gostaram
E atacaram
Com a revolução do porto
E se D. João não voltasse rápido
Não queriam ele nem morto

D. Pedro filho de dom João
se transformou na corrupção
Além de D. João
Portugal queria que D. Pedro retornasse
Mas o Brasil não queria que D. Pedro navegasse
Por que desta forma a recolonização estaria mais longe
A elite brasileira queria D. Pedro como imperador
Mas os Portugueses foram as ruas para se impor
D. Pedro em janeiro de 1822 disse “fico”
E ficou no Brasil
Em 7 de setembro de 1822 veio a nossa independência
Diferente dos quadros
Veio sem violência.

TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS A IGOR PASSOS E YGOR PEREIRA.
estudantes 8ºano EFAZ.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

"As escolas foram pensadas como uma forma para disciplinar a mão-de-obra"

01/09/2009 - Cristiano Navarro

A lógica da exclusão educacional segue a mesma lógica histórica da exclusão econômica. O que parece óbvio neste diagnóstico, não o é em sua solução para os problemas encontrados na educação tradicional.

Por exemplo, o que muitos consideram como um debate polêmico, para o relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo direito à educação, o costariquenho Vernor Muñoz Villalobos, trata-se de um debate “inútil”. Em suas andanças pelos cinco continentes, Villalobos constatou que as políticas afirmativas são medidas eficientes contra as diferenças. “Não entendo muito bem por que se produz este debate se há provas que sim funcionam os sistemas de cotas”, argumenta o relator citando a cota para mulheres como exemplo fundamental para o equilíbrio de gêneros na participação política.


A crise do modelo econômico global reflete na incapacidade de dar acesso à educação escolar. Hoje, em todo mundo, cerca de 100 milhões de crianças e quase 800 milhões de jovens e adultos estão fora do sistema educacional. “O sistema educativo tradicional, parte da afirmação da superioridade de certos grupos”, avalia Villalobos.


Coletando informações desde 2004 no posto de Relator Especial da ONU, Villalobos produziu relatórios anuais sobre o direito à educação das pessoas privadas de liberdade (2009); o direito à educação em situações de emergência (2008); o direito à educação de pessoas com deficiência (2007); e o direito à educação das meninas (2006) verificando semelhanças nos grupos sociais descriminados.


Sem respostas aos dilemas humanos de suas sociedades, os Estados-Nação se deparam também com uma forte crise de seus modelos educacionais. “O sistema educativo é filho dos estados nacionais e, no momento histórico em que os estados nacionais entram em crise, entra em crise também o sistema educativo”, confirma Villalobos .


Quais são os grupos mais discriminados ao Direito a Educação? Existe alguma característica comum?
Sim, este é uma resposta um pouco retórica. Tratam-se dos grupos que são históricamente excluídos das oportunidades sociais e econômicas em geral. O sistema educativo tradicional, parte da afirmação da superioridade de certos grupos. Com a emergência dos direitos humanos este esquema começa desmoronar-se. No entanto, a herança que recebemos do estado da modernidade e de sistema educativo baseado em uma racionalidade utilitarista segue causando discriminação contra os povos indígenas, contra meninas, adolescente e mulheres, contra pessoas com deficiência física e contra as minorias étnicas e culturais. Se tivermos que definir as características os grupos discriminados são amplas. E no caso específico do Brasil, pessoas com deficiência física, a população negra, indígena e, também, meninas adolescentes, seguem sendo os grupos humanos discriminados das oportunidades educativas, e portanto são os pobres. Os pobres em setores rurais e camponeses seguem sendo vítimas de um sistema educativo discriminador e excludente.



Pode fazer uma comparação da situação do Brasil com a América Latina?
Bem as comparações não funcionam, porque pode ser que alguns países tenham indicadores globais muito bons, mas pode ter certos setores de sua população em muito má situação. Eu poderia te dizer que globalmente a escolarização no mundo aumentou nos últimos sete anos de 1,5% a 1,75%, mas isso pode não querer dizer nada na medida em que sabemos que os grupos que foram discriminados através dos tempos seguem estando discriminados igual ou pior a antes. Pode ser que um país tenha melhorado seus indicadores brutos de escolarização, mas isso não significa que as pessoas mais empobrecidas, que as pessoas mais discriminadas, tenham maiores oportunidades educativas. Por isso que eu me recuso muito a fazer essas comparações



Pode se dizer que por isto a ONU tem a opção de trabalhar com temas e não por regiões?
Exatamente, porque inclusive no primeiro mundo encontramos populações discriminadas. Exemplo, se vamos examinar uma situação de um país como a Alemanha vamos observar que as populações de imigrantes turcos seguem sendo excluídas e segregadas. Então, mesmo no chamado primeiro mundo há problemas. Há países europeus que têm de um a um milhão e meio ou dois milhões de pobres, excluídos, e mesmo assim têm indicadores econômicos extraordinários. Por isso temos que ter atenção não ao Esados, mas as pessoas que estão excluídas.


No Brasil há um intenso debate sobre as políticas de cotas. Quais são os efeitos das políticas afirmativas no sistema de educação?
Me parece que este é um debate inútil. A prova mais eficiente e contundente é a de reivindicação dos direitos das mulheres. O sistema de cotas para participação política das mulheres funcionou extremante bem para maior participação feminina. E se aprendemos com a história, podemos aprender também que desenvolver ações afirmativas para população afrodescente e para os povos indígenas, não somente vai dar mais oportunidades a estas pessoas como também contribui para dignificar a vida em geral e o direito de todas as pessoas. Assim, não entendo muito bem porque se produz este debate se há provas que, sim, funcionam os sistemas de cotas.


Há países que você pode nos apontar que depois implantação do sistema de cotas houve um desenvolvimento no direito ao acesso a educação?
Claro, um exemplo que neste momento me vem à mente é a Malásia. Malásia teve uma população étnica grande e majoritária discriminada, o povo Bumiputera. A esta população se instalou um sistema de ações afirmativas e, neste momento, é a população de maior poder político e social. E há muitos outros exemplos. No caso das mulheres há incontáveis exemplos de que o sistema de cotas tem funcionado. Mesmo no meu país, Costa Rica. Creio que esta é uma discussão que deve ser superada em curto prazo.


Os Estados recorrentemente usam o lema “educação para todos”, mas os mesmos Estados têm respeito ou sabem o que significa “para todos” em suas diferenças culturais?
Creio que não pode haver educação para todos se não se respeitam as particularidades culturais. Uma pessoa que recebe uma educação diferente da sua. Uma pessoa que receba uma educação onde agrida ou se invisibilize a sua cultura é uma pessoa que está condenada a exclusão cedo ou tarde. Então, na medida que não se respeitem e garantam sua língua, sua cultura, sua cosmovisão, nessa mesma medida não se poderá garantir a permanência e o êxito escolar. A base de uma educação para todos é o reconhecimento a diversidade cultural e o estabelecimento de sistemas educativos que garantam o respeito a esta diversidade. Se não, será impossível que o Brasil, ou qualquer outro país, consigam a universalização da educação.


Há alguns exemplos de Estados que respeitam a diversidade cultural e a autonomia educacional dos povos?
Há experiências em todo mundo. No Canadá seguem desenvolvendo experiências interessantes dos povos indígenas. Na Nicarágua há um sistema interculutral bilíngue. Sim, temos observados boas práticas que, para serem generalizadas, precisam de recursos para que funcionem. Sistemas educativos que correspondam às necessidades dos estudantes. Se este sistema parte desses processos de adequação curricular e não se dota de recursos suficientes, estes processos não vão funcionar.

Fala-se muito sobre uma crise da educação formal. O senhor acredita que a escola hoje está direcionada para responder aos dilemas econômicos, sociais e culturais que enfrentam as sociedades?
A educação formal esta em crise total. A educação existe de tempos imemoriais. Mas educação como sistema surge no mesmo momento em que aparecem o sistema penitenciário, as fábricas, os hospitais psiquiátricos. É dizer, as escolas foram pensadas como uma forma para disciplinar a mão-de-obra para o mercado. Assim foi como se pensou a escola. Claro! Quando aparecem os direitos humanos este sistema educativo entra em crise. Porque os direitos humanos dizem à educação que seu objetivo não é formar mão-de-obra. O objetivo é construir conhecimento para dignificar a vida. Então neste momento temos um sistema educativo gerado da modernidade com propósitos diferentes que assinam os direitos humanos. Então este modelo educativo já não pode responder as necessidades de dignificar os seres humanos, por que foi pensado para outro fim. Coloco como exemplo: se estamos dizendo que as pessoas com deficiência física têm direito a assistir à mesma escola que as outras pessoas sem deficiência física isso não se pode conseguir com o modelo educativo que se tem atualmente. Teremos que pensar em outro sistema educativo. Se dizemos que devemos preparar os estudantes para viver em democracia e liberdade isso não se pode conseguir se seguimos mantendo um sistema educativo baseado nas assimetrias entre professores e estudantes. Não podemos ensinar a viver em liberdade mediante um processo de aprendizagem que está fixado para fins opostos. Então creio que o modelo deve mudar. Não me pergunte como. Este é um tema da pedagogia e dos teóricos da educação, mas o que posso te dizer é que este sistema educativo tal como está pensado não pode ser um aporte significativo para vivência total dos direitos humanos.

Pode-se dizer que o sistema educacional segue as demais crises econômicas e sociais?
O sistema educativo é filho dos estados nacionais e no momento histórico em que os estados nacionais entram em crise, entra em crise também o sistema educativo. Assim que acredito que temos uma grande oportunidade de mudar este sistema. Como dizem no meu país: o bonito disto é o feio que está sendo colocado.


fonte: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/internacional/201ca-educacao-formal-esta-em-crise-total201d/

terça-feira, 7 de julho de 2009

CONTRA O GOLPE DE ESTADO EM HONDURAS.



RESISTE POVO HONDURENHO.
POR TI.
PELOS POVOS DE NOSSA AMÉRICA



Iván Lira

FONTE:http://www.rebelion.org/portada.php

segunda-feira, 4 de maio de 2009

SAÍDA DE CAMPO PRÉ VESTIBULAR COMUNITÁRIO 2009

TOTAL DE PARTICIPANTES SAÍDA DE CAMPO COSTÃO DO SANTINHO - MOÇAMBIQUE = 74 ESTUDANTES

PROFESSORES = 5 - Adriana - geografia física aníbal
Grazi - geografia física rio tavares
Kleicer - geo humana - centro/rio tavares/ aderbal
Idionara - bio wanderlay jr
Thiago - física rio tavares/centro

ADERBAL = 19 ESTUDANTES

RIO TAVARES = 16 ESTUDANTES
CENTRO = 12 ESTUDANTES
WANDERLEY JR = 10 ESTUDANTES
ANÍBAL = 05 ESTUDANTES
VISITANTES = 07 ESTUDANTES

VALEU GALERA DA REVOLUÇÃO - JUNTOS PODEMOS TUDO.

ATÉ A PRÓXIMA EM NAUFRAGADOS.

KLEICER
FOTOS TIRADAS POR KLEICER

terça-feira, 21 de abril de 2009

Pátria Livre

" Rafael, do Coletivo Catarse, fez uma arte sobre foto que tirei em Candiota em 09 de março, durante o protesto das mulheres da Via Campesina. Setecentas corajosas mulheres em defesa da vida e contra o sistema que ameaça destruir o pampa para transformá-lo em deserto verde. Contra os latifúndios e as lavouras de eucalipto.

Pátria Livre!" (Jefferson Pinheiro)

fonte: http://www.novae.inf.br/site/

terça-feira, 17 de março de 2009

Estudo Errado

Gabriel Pensador

Composição: Gabriel, O Pensador


Eu tô aqui Pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:
Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada

Refrão

Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim vocês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...

Juquinha você tá falando demais assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio!
Mas é só a verdade professora!
Eu sei, mas colabora se não eu perco o meu emprego.

PARA OUVIR A MÚSICA ACESSO O LINK ABAIXO, E CLIC EM OUVIR.
http://letras.terra.com.br/gabriel-pensador/66375/

DICA DO ESTUDANTE SÉRGIO GOMES SILVA, DO NÚCLEO ADERBAL.

quarta-feira, 4 de março de 2009



"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado".

- Karl Marx, in Das Kapital, 1867.

fonte: http://tudo-em-cima.blogspot.com/

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

  • “É preciso sonhar, mas com a condição de acreditar seriamente no nosso sonho, de examinar com atenção a vida real, de confrontar nossas observações com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossa fantasia.”
Lênin

domingo, 25 de janeiro de 2009

Abertas as Inscrições para o Curso Pré-Vestibular COMUNITÁRIO, Gratuito E PARTICIPATIVO.

Olá pessoal! com certeza, vocês tem alguém, que precisa de uma chance, por isso faça a sua parte, divulgue para os seus contatos.

2009 - INSCRIÇÃO

CURSO PRÉ-VESTIBULAR COMUNITÁRIO GRATUITO E PARTICIPATIVO


APOIO AMOCAM /

PATROCINADORA: ELETROSUL

Núcleos Centro, Estreito, Rio Tavares, Capoeiras e Bairro Ipiranga

DATA: 26 a 30 / janeiro

HORÁRIO: 19:00 as 21:30 horas

LOCAIS DE INSCRIÇÕES:

- CENTRO, Assembléia Legislativa;

- RIO TAVARES, Escola do Porto, ao lado do TIRIO;

- CAPOEIRAS, Escola Aníbal, próximo Flamenguinho.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS (xerox):

1) Registro Geral de Identidade, Título Eleitoral e CPF;

2) Certificado de Conclusão ou atestado de que está cursando o 2º Grau;

3) Comprovante de Renda da Família;

4) Comprovante de Residência;

5) Uma foto 3x4 (escreva o nome atrás);

6) Se casa alugada, financiada ou cedida, comprovante

7) Se pessoas na família, com uso de remédio contínuo, trazer receita e valores dos medicamentos.

OBS: As informações apresentadas são de inteira responsabilidade do aluno.

Informações: 9917-7200 Janete / 9616-5080 Silvana


OBS: A Ficha de Inscrição pode ser solicitada via e-mail:

kleicer@gmail.com

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

As mentiras e os crimes de Israel.


Em "Quantas divisões?", Uri Avnery, fala das mentiras de Israel e a imortalidade do Hamás, diz ele: "Ainda que Israel conseguisse matar todos os combatentes do Hamás, até o último homem, ainda assim o Hamás venceria. Se, ao final dessa guerra, ainda houver Hamás, dilacerado, que seja; em frangalhos, que seja, mas ainda vivo, sobrevivente à fuzilaria da máquina militar de Israel, será a mais prodigiosa das vitórias, será fantástico, será como o espírito que derrotou a matéria."

HÁ QUASE 70 ANOS, durante a II Guerra Mundial, cometeu-se um crime de ódio em Leningrado. Por mais de mil dias, uma gang de extremistas, chamada "o Exército Vermelho" sequestrou e manteve sob sítio os milhões de habitantes da cidade, o que provocou ação de retaliação pela German Wehrmacht, que teve de agir em áreas superpovoadas. Os alemães só tiveram essa escolha: bombardear e encurralar a população e impor total bloqueio, o que matou centenas de milhares.

Pouco antes disso, crime similar foi cometido na Inglaterra. A gang de Churchill infiltrou-se entre os moradores de Londres, servindo-se de milhões de seres humanos como escudo humano. Os alemães foram obrigados a despachar para lá sua Luftwaffe e muito relutantemente reduziram a cidade a ruínas. Chamaram de "a Blitz".

Essa seria a narrativa da história, que veríamos hoje nos livros escolares – se os alemães tivessem vencido a guerra.

Absurdo? Tão absurdo quanto o que se lê diariamente nos jornais em Israel, repetido ad nauseam: os terroristas do Hamás "sequestraram" os habitantes de Gaza e exploram mulheres e crianças como "escudos humanos". Não deixam alternativa ao exército de Israel, que é obrigado a bombardear furiosamente, processo durante o qual, Israel lamenta muito, Israel mata e mutila milhares de mulheres, homens desarmados e crianças.

NA GUERRA EM CURSO EM GAZA, como em todas as guerra modernas, a propaganda desempenha papel de protagonista. A disparidade entre as forças, entre o exército de Israel – aviões de última geração, metralhadoras, fuzis, lança-granadas, navios de guerra, tanques, carros blindados de todos os tipos – e uns poucos milhares de combatentes do Hamás, que só têm armas leves, é disparidade absoluta: de um, para mil, talvez de um, para um milhão. Na arena política a diferença é ainda mais ampla. Mas na guerra de propaganda, a diferença é quase infinita.

Praticamente toda a imprensa ocidental só fez repetir, de início, a linha oficial da propaganda de Israel. Ignoraram completamente o outro lado, o lado palestinense da história, para não dizer que jamais noticiaram as manifestações diárias que acontecem, feitas pelos militantes israelenses dos grupos pela paz. O mundo aceitou como verdadeiro o argumento de propaganda do governo de Israel (“O Estado tem de defender os cidadãos contra os foguetes Qassam”). Nenhum jornal lembrou que os Qassams são reação ao sítio, cerco, bloqueio que mata de fome 1,5 milhão de seres humanos na Faixa de Gaza.

Só depois que as televisões ocidentais começaram a exibir cenas horrendas, imagens da Faixa de Gaza, então, a opinião pública gradualmente começou a mudar.

É verdade que as televisões ocidentais e israelenses só mostraram uma pequena porção dos horrores que aparecem, 24 horas por dia, mostrados ao mundo árabe pelo canal árabe da Al-Jazeera, mas uma única imagem de um bebê morto, nos braços de um pai alucinado é mais poderosa do que o infindável palavrório de frases bem construídas do porta-voz do exército israelense. No final, aquele pai e aquele bebê comprovaram-se mais poderosos que o exército e o porta-voz do exército de Israel.

A guerra – qualquer guerra – é o império das mentiras. Chamem-nas "propaganda", ou "guerra psicológica", aceita-se em geral que muitos mintam a um país inteiro. E quem tente dizer a verdade corre o risco de ser acusado de traição.

O problema da propaganda é que ela sempre convence mais o propagandista, que o resto do mundo. E depois de alguém passar a crer que uma mentira é verdade, que o falso é real... já ninguém é capaz de tomar decisões racionais.

Exemplo desse processo viu-se no episódio mais chocante, até agora, da guerra de Gaza: o bombardeio da Escola Fakhura, da ONU, no campo de refugiados de Jabaliya.

Imediatamente depois de o mundo tomar conhecimento do crime que ali se cometeu, o exército de Israel "revelou" que combatentes do Hamás estariam disparando granadas de área próxima à entrada da escola. Como prova, exibiram uma foto aérea na qual, sim, se via uma escola e uma granada. Minutos depois, o mentiroso de plantão no exército teve de admitir que a foto era antiga, de mais de um ano. Em resumo: a foto foi falsificada.

Depois, outro mentiroso armado 'declarou' que "nossos soldados estavam sendo atacados a tiros, de dentro da escola". Dia seguinte, o exército foi obrigado a reconhecer frente aos funcionários da ONU, que também a segunda 'declaração' era mentira. Ninguém foi atacado a tiros, de dentro da escola, nem havia combatentes do Hamás dentro da escola. Dentro da escola só havia refugiados desarmados e apavorados.

De qualquer modo, o desmentido não fez grande diferença. Àquela altura, a opinião pública já estava cegamente convencida de que "estavam atirando de dentro da escola" – o que jornalistas continuaram a 'noticiar' pela televisão, como se fosse verdade.

E assim por diante, a cada nova atrocidade, uma nova mentira. Cada bebê metamorfoseava-se, no momento de morrer, em terrorista do Hamás. Cada mesquita bombardeada convertia-se instantaneamente em base do Hamás. Cada prédio de apartamentos, em esconderijo de armas; cada escola, em posto de comando do terror; cada prédio da administração pública, em "símbolo do poder dos terroristas do Hamás". Assim, o exército de Israel travestiu-se, mais uma vez, de "o mais moral exército do mundo".

A VERDADE é que as atrocidades são consequência direta do plano de guerra. Refletem a personalidade de Ehud Barak – homem cujo modo de pensar e agir são exemplo do que se conhece como "insanidade moral", desordem sociopática.

O objetivo real da Guerra de Gaza (além de conquistar algumas cadeiras nas eleições próximas) é destruir o Hamás na Faixa de Gaza. Na imaginação dos estrategistas sociopatas do exército de Israel, o Hamás é um invasor que controla um país estrangeiro. Claro que a realidade é outra.

O movimento Hamás venceu eleições perfeitamente legais e democráticas realizadas na Cisjordânia, em Jerusalém Leste e na Faixa de Gaza. Venceu, porque os palestinenses chegaram à conclusão de que a abordagem pacífica do Fatah nada obtivera, que prestasse, de Israel – sequer foi interrompida a construção de novas colônias; nenhum prisioneiro político foi libertado; nenhum passo significativo foi dado para pôr fim à ocupação ilegal e criar o Estado da Palestina.

O Hamás está profundamente enraizado na população – não só como movimento de resistência que combate a ocupação ilegal, como foi, no passado, o movimento Irgun e o Grupo Stern –, mas também como corpo político e religioso que oferece serviços de assistência social, educacional e serviços de saúde.

Do ponto de vista da população da Palestina, os combatentes do Hamás não são um 'corpo estranho': são os filhos das famílias que vivem na Faixa e em outras regiões da Palestina. Eles não são nem estão "infiltrados na população", nem "usam a população como escudos humanos". A população da Palestina vê os combatentes do Hamás como os seus, como os seus soldados, como os seus defensores.

Portanto, toda a operação que levou a essa guerra baseou-se em premissas erradas. Transformar o dia-a-dia da Palestina em inferno jamais levará os palestinenses a levantar-se contra o Hamás. Acontecerá exatamente o oposto: a população unir-se-á cada vez mais firmemente em torno do Hamás; a cada dia aumentará a decisão de não se render. Os habitantes de Leningrado não se levantaram contra Stalin. Nem os ingleses de Londres levantaram-se contra Churchill.

Quem ordena que os soldados façam o que têm feito, mediante os métodos que o exército de Israel tem usado em área densamente povoada, sabe que massacrará civis. Aparentemente nada disso o perturba. Ou, então, ele pensa que "mudarão de opinião" e "acordarão para o bom-senso", de modo que, no futuro, nunca mais se atreverão a resistir contra Israel.

A prioridade do exército de Israel era minimizar o número de soldados mortos, porque sabem que a opinião dos eleitores mudará, no instante em que Israel comece a enterrar seus filhos. Aconteceu exatamente assim, nas duas guerras do Líbano.

Essa consideração teve papel particularmente importante, porque toda a guerra é item da campanha eleitoral. Ehud Barak, que chegou ao topo das pesquisas nos primeiros dias da guerra, sabe que despencará de lá, se as televisões começarem a mostrar imagens de soldados israelenses mortos.

Portanto, Israel implementa hoje outra doutrina: evitar baixas; para tanto, destruir tudo o que apareça à frente dos tanques ou abaixo dos aviões ou na mira dos canhões dos barcos. Os estrategistas estão trabalhando, não só para matar 80 palestinenses para salvar um soldado, como está acontecendo; estão preparados para matar 800 palestinenses, por israelense. Evitar baixas é, hoje, o primeiro mandamento em Israel. Para tanto, estão matando número recorde de civis palestinenses.

O que aí se vê é a escolha consciente de um tipo particularmente cruel e injusto de estratégia de guerra. Esse erro é o calcanhar de Aquiles do exército de Ehud Barak.

Um homem sem imaginação como Barak (seu slogan eleitoral é "Não um bom sujeito. Um líder!"), não faz idéia de como gente de bem, em todo o mundo, reage ante assassinatos de famílias inteiras, destruição de casas, soterramento de mães e filhos, pilhas de cadáveres de meninos e meninas envoltos em mortalhas brancas, a relatórios que informam sobre feridos que sangram até morrer, porque o exército de Israel impede o trânsito de ambulâncias; ante assassinatos médicos e paramédicos que tentam cumprir seu dever; ou de motoristas de caminhões da ONU que dirigem caminhões que transportam farinha. O mundo está horrorizado com o que está vendo. Nenhum argumento eleitoral ou estratégico terá jamais qualquer força, ante a imagem de uma menina ferida, no chão, procurando a mãe.

Os estrategistas de Israel supuseram que impediriam o mundo de ver essas cenas; que bastaria impedir o trabalho dos jornalistas. Os jornalistas israelenses, para sua perpétua vergonha, deram-se por satisfeitos com os releases e imagens oficiais, fornecidas pelo porta-voz do exército, como se fossem notícia e fato; ao mesmo tempo, preservaram-se, a quilômetros de distância de qualquer perigo.

A imprensa estrangeira também foi proibida de trabalhar, mas os jornalistas estrangeiros, pelo menos, protestaram. Conseguiram ser levados em tours rápidos pelas cidades, em grupos pequenos, selecionados e fiscalizados.

Fato é que, nas guerras modernas, esse tipo de noticiário estéril e manufaturado já não exclui completamente outras vias de obter e distribuir informação. Há máquinas fotográficas e filmadoras com a população, na Faixa, no meio do inferno. E, essas, não podem ser controladas. As equipes da rede Al-Jazeera distribuem imagens e boletins 24 horas por dia. E todas as casas recebem as imagens.

Essa batalha, pelas telas de televisão, é hoje uma das mais decisivas de toda a guerra de Gaza.

Centenas demilhões de árabes, da Mauritânia ao Iraque, mais de um bilhão de muçulmanos, da Nigéria à Indonésia vêem e horrorizam-se. Não se subestime o impacto dessas redes, sobre o desenrolar da guerra de Gaza. Milhões de pessoas estão assistindo ao que fazem e dizem os políticos do Egito, da Jordânia e da Autoridade Palestinense. Para muitos, todos esses aparecem como colaboracionistas, como parceiros de Israel, nas atrocidades de que são vítimas, hoje, seus irmãos palestinenses.

Os serviços de segurança de vários regimes árabes já registram uma fermentação perigosa em vários países. Hosny Mubarak, de todos os líderes árabes o que está mais exposto, por ter fechado a passagem de Rafah, praticamente diante de multidões de refugiados apavorados, está sendo forçado a pressionar Washington, que, até há pouco tempo recusava-se a cogitar de qualquer tipo de acordo para o cessar-fogo. Todos já começam a pressentir algum tipo de grave ameaça aos interesses vitais dos EUA no mundo árabe. De fato, já mudaram de atitude – o que causou consternação entre os complacentes diplomatas israelenses.

Gente que sofra de insanidade moral não pode, mesmo, entender os motivos que regem a ação de gente normal. "Quantas divisões tem o Papa?" perguntou Stálin. "Quantas divisões têm os seres humanos decentes?" – deve estar-se perguntando, agora, Ehud Barak.

Fato é que os seres humanos decentes têm, sim, algumas divisões. Não muitas. Nem capazes de reação muito rápida. Nem são muito poderosas, nem muito bem organizadas. Mas num determinado momento, quando as atrocidades cometidas por Israel começaram a vazar por todos os lados, começaram a surgir protestos em massa, de grande envergadura. Esses protestos podem decidir uma guerra.

O erro, o fracasso, a incapacidade para perceber a real natureza do Hamás levou a outros erros, de resultados previsíveis. De um lado, Israel é incompetente para vencer. De outro lado, o Hamás não perderá essa guerra.

Ainda que Israel conseguisse matar todos os combatentes do Hamás, até o último homem, ainda assim o Hamás venceria. Os combatentes do Hamás passarão a ser vistos como exemplos para o mundo árabe, heróis do povo da Palestina, exemplo a ser copiado para todos os jovens árabes. A Cisjordânia cairá no colo do Hamás, como fruta madura. O Fatah naufragará num mar de escárnio, vários regimes árabes estarão sob risco de colapso.

Se, ao final dessa guerra, ainda houver Hamás, dilacerado, que seja; em frangalhos, que seja, mas ainda vivo, sobrevivente à fuzilaria da máquina militar de Israel, será a mais prodigiosa das vitórias, será fantástico, será como o espírito que derrotou a matéria.

Na consciência do mundo estará fixada a imagem de uma Israel sedenta de sangue, pronta para, a qualquer momento, cometer os mais atrozes crimes de guerra, que nada detém, nenhuma rédea moral. As consequências serão muito severas, para o futuro de longo prazo de Israel, para nossa existência no mundo, para as chances de Israel algum dia poder viver em paz e sossego.

No fim a guerra de Gaza é, sobretudo, guerra contra Israel, também. É crime contra o Estado de Israel.

* URI AVNERY, 10/1/2009, "How Many Divisions?", Gush Shalom [Grupo da Paz], Israel, distribuído por e-mail, hoje. Tradução de Caia Fittipaldi, autorizada pelo autor.

fonte: http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1154