Revolucionar

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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O declínio da hegemonia dos EUA e os desafios para um projeto de esquerda

A hegemonia dos EUA na América Latina se desvanece como decorrência do fracasso das ditaduras militares e das políticas neoliberais aplicadas por governos democráticos. O neoliberalismo desmoralizou-se, o Estado voltou assumir função de organização do sistema produtivo. Mas a esquerda segue sem uma plataforma. "Grande parte da esquerda, sem conhecer o pensamento de Marx, continua a pensar conforme os parâmetros gerados ao tempo de Stalin", avalia o cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira.

Ganhe quem ganhar as eleições desta terça-feira, o novo presidente dos EUA tomará posse em 20 de janeiro de 2009, em meio a uma crise mundial que alguns avaliam como igual, ou pior que a de 1929. Daquela emergiu a liderança transformadora de Franklin Roosevelt nos EUA; mas também houve Hitler, na Alemanha e ambos se viabilizaram através de uma Guerra Mundial.

A única certeza, desta vez, é que não será uma simples troca de guarda no trono do império. Os EUA constituem o epicentro de um colapso que marca o fim da supremacia dos mercados financeiros desregulados em todo o planeta. A implosão dessa engrenagem liberou massas de instabilidade descomunais. Dia a dia sua propagação avança em movimentos assimétricos, sem que se possa antever ainda, com toda clareza, qual será a real extensão dos abalos econômicos, bem como os desdobramentos políticos que ela trará.

Um marcador inaugural do ciclo que agora se fecha poderia ser 11 de setembro de 1973.

O local, o Chile, de Salvador Allende. A parteira da história: as baionetas, metralhadoras e caças aéreos mobilizados para atacar La Moneda, o palácio presidencial onde o médico socialista Salvador Allende morreria. Pelas mãos da Junta militar liderada pelo General Augusto Pinochet, o neoliberalismo radical de Hayek e Friedman deixaria os laboratórios de economia de Chicago para voltar à história. O ensaio chileno antecederia em quase uma década as políticas consagradas pelo Consenso de Washington que agora desabam ruidosamente.

Depois de um ciclo que começou em sangue, e termina agora em desastre econômico planetário, qual será o passo seguinte da história? Que lições o passado oferece ao futuro para evitar a repetição de erros, ilusões e tragédias? Em que medida a crise amplia ou restringe o espaço de autonomia política dos povos latino-americanos? Até que ponto ela enfraquece a capacidade de intervenção norte-americana, inviabilizando novos golpes e ações violentas como a que derrubou Allende? Quais os trunfos, e limites, para um avanço das agendas progressistas na região?

Para responder a essas e outras urgências, Carta Maior entrevistou o cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira. Professor titular de História da Política Exterior do Brasil na Universidade de Brasília (UnB), hoje aposentado, Moniz Bandeira é autor de mais de 20 livros que o credenciam como uma voz obrigatória nesse momento. O título de sua obra mais recente, lançada simultaneamente no Brasil e no Chile, sintetiza essa pertinência: “Fórmula para o caos – A derrubada de Salvador Allende (1970-1973)”.

Da Alemanha onde mora há treze anos, tendo sido professor visitante nas Universidades de Heidelberg e Colônia, Moniz Bandeira respondeu por email às perguntas de Carta Maior. Suas palavras estão marcadas pela ênfase nas diferenças entre a América Latina de Allende e a atual de Lula, Chávez e Morales. Ainda que anteveja um declínio do intervencionismo norte-americano, por conta da crise em marcha, o cientista lembra que a CIA não deixou de operar na região. Ele não vê risco de a crise enfraquecer as lideranças regionais, transformando-as potencialmente em novos “Allendes”, mas insiste que não há espaço para erros de avaliação estratégica. A natureza e a extensão das transformações regionais, no seu entender, obedece a limites impostos pelo grau de desenvolvimento do capitalismo na realidade latino-americana.

A seguir entrevista de Moniz Bandeira à Carta Maior:


Carta Maior - O título do seu livro mais recente, “Fórmula para o Caos – A derrubada de Salvador Allende, 1970 1973”, sinaliza desde logo a interferência de forças desestabilizadoras na trajetória das lutas sociais na América Latina. Mas sua análise tampouco hesita em apontar equívocos nos projetos abraçados pelos partidos e organizações progressistas da região. Poderia ter sido diferente no Chile, se a esquerda tivesse conduzido o processo com maior flexibilidade política?

Moniz Bandeira – No prefácio à sua obra "Crítica à Economia Política" (Zur Kritik der Politschen Ökonomie), Karl Marx sustentou, como conclusão de suas pesquisas, que uma formação social nunca desmorona sem que as forças produtivas dentro dela estejam suficientemente desenvolvidas, e que as novas relações de produção superiores jamais aparecem, antes de que as condições materiais de sua existência sejam incubadas nas entranhas da própria sociedade antiga. Este não era o caso do Chile, um país economicamente muito mais atrasado que o Brasil, inserido no mercado mundial capitalista, do qual pesadamente dependia para suas exportações de cobre e até mesmo para a importação de alimentos. E Marx jamais concebeu o socialismo como via de desenvolvimento ou modelo alternativo para o capitalismo, senão como conseqüência da expansão das forças produtivas do capitalismo.

O próprio Lenin acentuou, por volta de 1905, que o proletariado russo sofria mais por causa do atraso do capitalismo do que pelo seu desenvolvimento. E a Rússia possuía um parque industrial, com 4 milhões de operários, quando correu a revolução de 1917. Não obstante, o presidente Salvador Allende tentou mudar o modo de produção no Chile, isto é, implantar o socialismo em um país imensamente mais atrasado que a Rússia em 1917, sem que houvesse condições econômicas e sociais, bem como condições externas, alinhando-se com Cuba e a União Soviética, dentro do contexto da Guerra Fria. No meu livro "Fórmula para o Caos" analiso todos esses problemas, tanto do ponto de vista teórico quanto empírico, com base nos documentos da época.

CM - Como o senhor avalia esse mesma relação no enfrentamento vivido hoje por governantes progressistas fortemente acossados por oposições conservadoras?

MB - Embora fale em “socialismo do século XXI”, “revolução bolivariana”, conceitos que nunca definiu nem explicou do que se trata, Chávez não está tentando mudar o modo de produção capitalista na Venezuela, de modo radical como o fez Salvador Allende, que tinha um programa elaborado e sobre o qual a Unidade Popular se constituíra. Chávez apenas estatizou algumas empresas, mediante pagamento de indenizações, o que também fez Morales, na Bolívia. Este não é o caso da Argentina, onde a presidente Cristina Kirchner não tomou qualquer medida radical, atingindo empresas de outros países, ainda que indenizando-as. O que ela busca, com uma política nacionalista e em concertação com o Brasil, é restaurar o parque industrial destruído pelas políticas neoliberais da ditadura militar e do governo do presidente Carlos Meném. E a situação internacional é outra.

Naturalmente, Chávez e Morales estão enfrentando sérias dificuldades internas e externas. Mantém-se no governo porque os Estados Unidos cada vez mais perdem influência na região, sobretudo depois do fracasso das ditaduras militares e das políticas neoliberais dos anos 1990, e também porque no Brasil o presidente que está no governo é Lula. A posição do Brasil, inclusive de suas Forças Armadas, mudou muito desde o fim do regime militar. E, justiça seja feita, o presidente Fernando Henrique Cardoso também se opôs ao golpe empresarial militar que os Estados Unidos encorajaram contra o governo de Chávez, em abril de 2002.

“O poder intervencionista dos Estados Unidos na América Latina já se reduziu e tende a reduzir-se cada vez mais, em virtude de sua crise financeira. Isto não significa, porém, que a CIA deixe de operar na região.”


CM - Em que medida o componente novo da integração sul-americana (ainda que engatinhe em fraldas) amplia a margem de manobra dos governantes hoje, em relação ao isolamento vivido por Allende nos anos 70? O golpe contra Allende seria viável nas condições atuais da geopolítica sul-americana?

MB – A integração sul-americana não engatinha em fraldas. Toda integração é demorada e se processa em meio a contradições e divergências, como, por exemplo, ainda existem dentro da União Européia. Mas o golpe contra Allende seria viável, mesmo atualmente, porque o esforço de socialização, com a estatização acelerada de empresas e a ocupação de terras como aconteceu no Chile, um país relativamente atrasado, o que ainda é, desorganizaria todo o aparelho produtivo e ele não teria condições de sustentar-se no governo. Porém, um golpe militar, com a implantação de uma ditadura, como aconteceu em 1973, é que decerto não ocorreria, dados os acertos internacionais, que instituíram a Cláusula Democrática, na Carta da OEA, aprovada em 2001.

Esta cláusula foi argüida pelo Brasil para impedir o reconhecimento do golpe contra Chávez, em 2002, isolando os Estados Unidos, que terminaram capitulando. Quanto a Chávez e Morales, ao contrário de Salvador Allende e da Unidade Popular, eles não têm nenhum projeto definido, visando à mudança do modo de produção, e ainda assim as iniciativas que tomam defrontam-se com enorme resistência interna, tanto na Venezuela quanto na Bolívia. Ambos os países estão politicamente fraturados e não se pode dizer que a situação, sobretudo na Bolívia, seja estável.

CM - Alguns analistas avaliam que a formação de um colar de governos progressistas na América Latina não resultaria especialmente de avanços na organização política da região. Antes, refletiria a incorporação de uma “gordura de liquidez externa” que deu margem à acomodação dos conflitos de classe. Em tese, algo com o que Allende, por exemplo, não pode contar. O senhor vê consistência nessa avaliação?

MB - Não se pode comparar, em nenhuma hipótese, a experiência do Chile, com o que atualmente ocorre na América do Sul, onde alguns líderes de esquerda, como na Venezuela e na Bolívia, assumiram o governo. A Guerra Fria, de caráter ideológico, acabou com o desmoronamento da União Soviética e de todo o Bloco Socialista. A conjuntura histórica é muito diversa e a hegemonia dos Estados Unidos se desvanece como decorrência, em larga medida, do fracasso das ditaduras militares e das políticas neoliberais do Consenso de Washington, aplicadas por governos democráticos.

O declínio dessa hegemonia foi acentuado pelo colapso financeiro de Wall Street. A eleição dos governos chamados progressistas resulta de vários e complexos fatores, tanto domésticos quanto internacionais, e reflete o fato de que os Estados Unidos não são mais uma estrela de primeira grandeza, como o eram nos anos 1950 e 1960.

“O bombardeio midiático continua. As agências de notícias e as redes de televisão compõem o aparelho ideológico de que os Estados Unidos se valem para manter seu domínio na América Latina.”

CM - Em que medida a mudança no cenário econômico mundial, poderá implodir o ensaio de “estabilidade” progressista na geopolítica da região: assim como os conservadores de Washington dizem “agora somos todos keynesianos”, o destino dos governantes progressistas na América do Sul será dizer “agora somos todos Allendes”?

MB – A explosão da bolha financeira estava prevista há muito tempo. A alta do preço do petróleo, bem como a valorização do euro evidenciavam a profunda crise que solapa a economia americana. No prefácio à segunda edição de meu livro "Formação do Império Americano", lançada em meados de 2006, escrevi que “a bolha financeira dos Estados Unidos, assim inflada, vai estourar, mais dia menos dia”. De fato, em 2007, explodiu, quando, no 1º semestre do ano, grandes corretoras, como Merrill Lynch e Lehman Brothers, suspenderam a venda de colaterais e, em julho do mesmo ano, bancos europeus registraram prejuízos com contratos baseados em hipotecas sub-prime. Foi a inadimplência de devedores hipotecários que detonou o colapso financeiro, atingindo empréstimos de empresas, cartões de crédito, etc.

A atual valorização (do dólar) se deve ao fato de que as corporações multinacionais estão vendendo suas posições nas bolsas de valores, seus ativos no exterior, a fim de remeter dólares para cobrir os buracos nas suas matrizes, seja nos Estados Unidos ou na Europa. A partir de outubro, parte substancial dos recursos, que entrou nos Estados Unidos, proveio do socorro por fundos soberanos da Ásia e do Oriente Médio, que adquirem títulos conversíveis em ações de bancos americanos, como o Citigroup, cujas ações ordinárias foram compradas pelo fundo soberano de Abu Dhabi por US$ 7,5 bilhões. Também foram incrementadas as operações de resgate por parte dos bancos centrais para evitar que os bancos pusessem à venda ativos podres, o que precipitaria a débâcle.

Se todos os conservadores de Washington dizem “agora somos todos keynesianos, i. e., passaram a reconhecer que o Estado deve ser a instância superior de comando e organização do sistema produtivo, os governantes, considerados progressistas, na América do Sul não podem dizer “agora somos todos Allendes”. Allende viveu sob o impacto da Revolução Cubana e imaginou que podia implantar o socialismo no Chile, um país economicamente dependente, e contar com o apoio da União Soviética, sem saber que ela já estava enfrentando severa crise econômica.

Na verdade, a União Soviética buscava um entendimento com o Ocidente, consulado com o Tratado Quatripartite, que resolveu a questão de Berlim e das duas Alemanhas. A época atual é outra, bem distinta da existente nos anos 1960 e 1970. Allende foi um grande homem, um idealista, que tinha um projeto bem definido. Mas é o passado de uma ilusão. E tanto Evo Morales quanto Hugo Chávez surgiram em outras circunstâncias históricas e exprimem as idiossincrasias sociais e políticas de seus respectivos países, que não são as mesmas do Chile. E, de qualquer forma, nenhum deles tentou mudar completamente o modo de produção, o que é impossível em países atrasados, isoladamente, pois estão inseridos dentro de uma economia mundial de mercado, regida pelas leis do capitalismo. O capitalismo foi o único modo de produção que teve capacidade de expandir-se mundialmente e abrange não apenas as potências industriais, mas também todos os países periféricos, em desenvolvimento ou atrasados. É necessário que a esquerda volte a ler Marx, Rosa Luxemburgo e abandone os estereótipos gerados pelo stalinismo.


“Allende foi um grande homem, um idealista, que tinha um projeto bem definido. Mas é o passado de uma ilusão.”

CM - Há risco de esfarelamento das plataformas de esquerda com retomada da hegemonia conservadora na região?

MB – O neoliberalismo desmoralizou-se, o Estado voltou assumir função de comando e organização do sistema produtivo. A crise financeira que teve seu epicentro em Wall Street renovou o interesses pelo pensamento de Marx, mas não há risco de esfarelamento das plataformas de esquerda, simplesmente porque elas não existem.

O pensamento de Marx não pode constituir, como ressaltou o grande historiador Eric Hobsbawm, uma inspiração política para a esquerda, até que se compreenda que seus escritos não devem ser tratados como programas políticos, e sim como um caminho para entender a natureza do desenvolvimento capitalista, sua instabilidade central que se manifesta por meio de crises econômicas, com dimensões políticas e sociais. A superação da sociedade capitalista por outra forma de sociedade, prevista por Marx, baseou-se não na esperança ou na vontade, mas na análise do desenvolvimento histórico, sobretudo na era capitalista.

Marx, porém, não definiu como seria esta sociedade e, como disse Hobsbawm, não pode ser responsabilizado pelas formas específicas em que as economias “socialistas” foram organizadas sob o chamado “socialismo real” que existiu na União Soviética e nos demais países do Leste Europeu. Entretanto, grande parte da esquerda, sem conhecer realmente o pensamento de Marx, continua ainda a pensar conforme os parâmetros gerados ao tempo de Stalin que, em 1928, acabou a NEP e pretendeu instituir o socialismo dentro das fronteiras nacionais da União Soviética, tratando de implementar o Plano Qüinqüenal (1928-1933), por meio de radical coletivização das terras e brutal aceleramento do processo de industrialização.

Assim, através da restrição do consumo a um mínimo intolerável, o Estado soviético apropriou-se do excedente econômico, com o qual se dispôs a criar e organizar usinas, centrais de energia elétrica, indústrias de máquinas e equipamentos, assim como de outros bens de capital. Esta acumulação primitiva de capital, em que o esforço de socialização se converteu não mais em conseqüência e sim em via de desenvolvimento, só se tornou viável mediante a socialização do terror. A partir daí, esse processo foi denominado de “construção do socialismo” e o Estado assumiu o controle de todos os meios de produção - outro tipo de capitalismo de Estado, que não era novo na Rússia, porquanto, lá, o capitalismo desde sempre existira graças somente ao poder do Estado.

“Tanto Evo Morales quanto Hugo Chávez surgiram em outras circunstâncias históricas e exprimem as idiossincrasias sociais e políticas de seus respectivos países, que não são as mesmas do Chile.”

CM - Quais seriam os trunfos acumulados pelas forças populares hoje que não se encontravam disponíveis nos anos 70 de Allende?

MB – A época em que Salvador Allende tentou implantar o socialismo no Chile, com “vino y empanadas”, é muito diversa da atual. O contexto internacional é completamente diverso do existente nos anos 1970. É preciso não esquecer que em apenas alguns meses de 1989, os regimes comunistas na Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Bulgária e Romênia desmoronaram, como pedras de um dominó, em rápida e surpreendente sucessão. Os Estados do Báltico (Lituânia, Letônia e Estónia), que integravam a União Soviética, declararam sua independência.

O Muro de Berlim, monumento da Guerra Fria, do conflito Leste-Oeste mundial, esbarrondou-se, o que possibilitou a reunificação da Alemanha, em 3 de outubro de 1990. A confrontação de poder bipolar, marcada pelo antagonismo ideológico, político e militar, desvaneceu-se, e a própria União Soviética, em 1991, desintegrou-se, confirmando a previsão feita em 1935 por Leon Trotsky, segundo a qual, se não houvesse uma revolução política e não fosse restabelecida a democracia, com plena liberdade dos sindicatos e dos partidos políticos, a restauração da propriedade privada dos meios de produção tornar-se-ia inevitável e a nova classe possuidora, para as quais as condições estavam criadas, encontraria seus servidores entre os burocratas, técnicos e dirigentes, em geral, do Partido Comunista.

A expansão do capitalismo, para a qual as fronteiras do Leste Europeu se reabriram, voltará ao ponto em que fora atalhada, prematuramente, pela tentativa de implantação do socialismo em uma Rússia atrasada. Nela, a renda pública per capita era oito a dez vezes inferior à dos Estados Unidos, com baixa produtividade do trabalho, devido ao pequeno peso específico da indústria na sua economia.

“Allende imaginou que podia implantar o socialismo no Chile, um país economicamente dependente, e contar com o apoio da União Soviética, sem saber que ela já estava a enfrentar severa crise econômica.”

CM - O senhor acredita que a crise financeira, que tem requerido recursos e energias equivalentes a uma demanda de guerra, enfraquecerá o poder intervencionista dos Estados Unidos na AL nos próximos anos? Não era essa a impressão até setembro, pelo menos no caso da Bolívia, quando o presidente Evo Morales expulsou o embaixador norte-americano, Phillip Goldberg, acusando-o de articular as forças separatista de Santa Cruz de La Sierra.

MB – O poder intervencionista dos Estados Unidos na América Latina já se reduziu e tende a reduzir-se cada vez mais, em virtude de sua crise financeira. Isto não significa, porém, que a CIA deixe de operar na região ou o Pentágono retire as bases que possui no Peru, Colômbia e Guiana. O que ocorreu na Bolívia, que levou o presidente Evo Morales a expulsar o embaixador Phillip Goldberg, demonstra claramente que o poder de intervenção dos Estados Unidos está bastante enfraquecido.

“Chávez não está tentando mudar o modo de produção capitalista na Venezuela, de modo radical como o fez Salvador Allende, que tinha um programa elaborado e sobre o qual a Unidade Popular se constituíra”.

CM - Que componentes da “fórmula para o caos”, acionados contra Allende em 1973, continuariam presentes na movimentação oposicionista no continente? O bombardeio midiático seria um deles?

MBO bombardeio midiático continua. As agências de notícias e as redes de televisão compõem o aparelho ideológico de que os Estados Unidos se valem para manter seu domínio na América Latina e demonizar todos os que a ele se opõe. E é preciso ressaltar que também a subsecretaria de Diplomacia Pública, do Departamento de Estado, está cooptando professores, jornalistas etc. para que escrevam artigos e tratem de desqualificar todos os que criticam os Estados Unidos, de modo a conter o crescente anti-americanismo que se manifesta na maior parte dos países.

“O bombardeio midiático continua. As agências de notícias e as redes de televisão compõem o aparelho ideológico de que os Estados Unidos se valem para manter seu domínio na América Latina e demonizar todos os que a ele se opõe.”

CM - Como intelectual residente na Europa há tantos anos, que avaliação o senhor faz do impacto político da crise na dinâmica do continente?

MB – Este assunto é muito difícil de avaliar, pois a crise apenas começou e terá desdobramentos maiores, a partir dos Estados Unidos. Porém, a experiência totalitária da União Soviética marcou profundamente o espírito dos europeus e comprometeu toda a idéia de socialismo. Daí que a região, onde a direita é mais forte, onde os Estados Unidos contam com maior prestígio, é justamente o Leste Europeu, cujos povos - poloneses, tchecos, búlgaros, húngaros etc. - se ressentem até hoje do brutal domínio da União Soviética e dos partidos comunistas que implantaram, com o apoio do Exército Vermelho, as chamadas democracias populares, que não eram nem democracias nem populares.

CM - O partido da Esquerda alemão tem possibilidades de reaglutinar a sociedade com base num novo projeto mudancista?

MB – Não sei o que se pode chamar de um projeto mudancista, mas o fato é que o Partido Social-Democrata descaracterizou-se na Alemanha. E este fenômeno reflete as mudanças que ocorreram na sociedade, sobretudo na classe trabalhadora, e o enfraquecimento dos sindicatos, como força política. Isto aconteceu também na Inglaterra, França e em outros países da Europa. E a Linkepartei, o Partido da Esquerda, não tem, por enquanto, a menor possibilidade de galvanizar a sociedade para qualquer projeto, em virtude, sobretudo, do trauma provocado pelo regime existente na chamada República Democrática Alemã, cuja população lutou para integrar-se na República Federal da Alemanha, reunificando o país, em 1990. O percentual da Linkepartei está em torno de 12% a 13%, porque dispõe de maior apoio no Leste. Mas no que era a Alemanha Ocidental seu suporte é muito reduzido. Creio que está entre 4% e 5%, embora este possa a crescer, dependendo da evolução da crise. Mas a longo prazo.

“É bom recordar que, segundo Marx e Engels, quando o Estado intervém na economia, não debilita, antes fortalece a propriedade privada, o capitalismo.”

CM - O keynesianismo de Brown e Sarkozy deve ser levados a sério?

MB – As medidas consideradas keynesianas de Brown e Sarkozy foram determinadas pela necessidade, em face da crise financeira. É bom recordar que, segundo Marx e Engels, quando o Estado intervém na economia, não debilita, antes fortalece a propriedade privada, o capitalismo. E os velhos esquemas ideológicos não mais funcionam na Europa, porque não se renovaram, não acompanharam as mudanças ocorridas na sociedade. Grande parte da esquerda ainda imagina um proletariado que não mais existe na realidade, que não é mais o mesmo que nos tempos de Marx ou no início do século XX.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

DIA MUNDIAL SEM CARRO - 22-09

pra começar, logo de manhã cedão, muito congestionamento


primeiras pedaladas do dia

manifestação com cartazes - produção dos estudantes da Escola da Fazenda - EFAZ

participação das escolas - Porto do Rio Tavares, e da Fazenda

dia 22 de setembro - dia mundial sem carro, debate sobre MOBILIDADE URBANA

DEVOLTA A REALIDADE - RUA JABORANDI - DIA 22 DE SETEMBRO DE 2008.

FOTOS - KLEICER

sábado, 23 de agosto de 2008

A Educação Brasileira sob a ótica de VEJA

Por Jéferson Dantas [1]

A matéria intitulada ‘Você sabe o que estão ensinando a ele?’ assinada pelas articulistas Monica Weinberg e Camila Pereira no semanário VEJA (edição 2074 de 20 de agosto de 2008) é mais uma afronta à inteligência dos/as educadores/as brasileiros/as. Trata-se de uma pesquisa encomendada por VEJA ao Instituto CNT/Sensus sobre o panorama educacional do país, tanto na rede educacional pública como na rede privada. Ao todo, segundo a reportagem, foram entrevistadas 3000 pessoas de 24 estados brasileiros, entre pais, estudantes e educadores.

Surgida em 1968 sob a égide do regime militar no Brasil (1964-1985), o semanário do Grupo Abril tem se superado a cada edição no que se refere à ausência de ética e a um desmedido processo de desqualificação de renomados pensadores nacionais. A última vítima foi Paulo Freire. Escrevem as articulistas: “Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de citações positivas, 14% de neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcaicos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização”. Imagino que a esta altura o Instituto Paulo Freire deve estar indignado com uma declaração tão leviana e infame.

Mas, não é só. VEJA mostra-se preocupada com a excessiva ‘ideologização’ dos currículos e ao ‘desprezo’ à lógica do capital ensinada pelos/as educadores/as. Desta forma, aventuram-se na avaliação de livros didáticos de História e Geografia, expondo a visão deturpada de seus autores, quase todos presos às utopias ultrapassadas do século XIX ou às teorias do próprio Marx. Repreendem os autores dos livros didáticos com uma legitimidade surpreendente ao afirmarem, categoricamente, que os regimes neoliberais melhoraram, sobremaneira, a vida dos brasileiros e que a venda de estatais aos grupos econômicos estrangeiros tornou a nossa economia mais dinâmica, além de fortalecer o poder aquisitivo da classe média.

Nenhum/a pedagogo/a foi entrevistado/a na reportagem. Dois educadores foram expostos de forma leviana em relação às suas práticas pedagógicas em duas escolas particulares (melhor seria dizer que foram ridicularizados). E, por fim, convocam pais preocupados com a formação educativa de seus filhos a enfrentarem a ‘esquerdização caduca’ do processo ensino-aprendizagem, que fatalmente não leva a lugar algum.

Ora, o campo educacional é um campo de litígio. Sendo assim, evidente que há uma luta ideológica na composição de currículos e na formação do/as educadores/as. VEJA há algum tempo tem evidenciado sua opção política e ideológica de forma irresponsável e inconsistente. Opta por uma estratégia desqualificatória a-histórica, desprovida de compreensão do movimento dialético que engendrou a pesquisa e o ensino no Brasil. VEJA confunde crítica responsável a um amontoado de opiniões eivadas de senso comum. O pouco cuidado com a relevância do tema, infelizmente, em nada contribui para a ampliação do debate educacional que, evidente, faz-se necessário. A preocupação de VEJA tem endereço certo: esmagar definitivamente o dissenso no campo educacional e promover a acolhida ao deus-mercado como última instância de um mundo agora, hegemonicamente, capitalista. Em outras palavras: silenciem os inadaptados! Silenciem os recalcitrantes das causas carcomidas pela ‘evidência dos fatos’. VEJA, o semanário fascista do momento!

[1] Bacharel Licenciado em História e Doutorando em Educação (Universidade Federal de Santa Catarina). E-mail: clioinsone@gmail.com.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

"Ela virá.
A Revolução
conquistará para todos
o direito
não somente ao pão,
mas à poesia."

Leon Trotsky

quarta-feira, 2 de julho de 2008

AOS PROFESSORES E PROFESSORAS.

PARABÉNS À TODOS OS PROFESSORES E PROFESSORAS QUE ACREDITAM NUMA NOVA SOCIEDADE, NA TRANSFORMAÇÃO DO SER HUMANO.

TENHO CERTEZA QUE ESCOLHI A MELHOR PROFISSÃO DO MUNDO.

ESSA SEMANA RECEBI DOIS DEPOIMENTOS DE ESTUDANTES QUE FEZ AUMENTAR MINHAS FORÇAS.

SEGUE DEPOIMENTO DO ESTUDANTE HELIGTON DA CIDADE DE COCAL DO SUL, MEU ESTUDANTE EM 2003 (6a SÉRIE)

"Você me deu aula na 6º série, na Escola de Educação Básica Professor Padre Schuler, em Cocal do Sul, há cerca de 4 anos.

Não sei se você ainda se lembra de mim... Meu nome Completo é Heligton Rodrigo Rosso Possamai.

Você foi um dos melhores professores de minha vida, me espelhei em você em alguns momentos de minha vida.

Gostaria de Saber as novidades, onde você está morando? Estudando? Dando aula? todas as novidades.

Um enorme abraço."

ABAIXO DEPOIMENTO DA ESTUDANTE LUCIANA FREITAS, MORADORA DE FLORIANÓPOLIS, ESTUDANTE DO PRÉ VESTIBULAR COMUNITÁRIO DESTE ANO 2008.

"oi, eu havia escrito um monte de coisas, mais não sei o q fiz deletei, ou mandei errado...não sei tô aprendendo.

Mais estou aprendendo muito mais á ir atrás dos meus sonhos e diretos, isso graças á um professor, q é um cara que está sempre incentivando, mostrando que qdo queremos podemos sim quebrar paradígmas, barreiras q antes jamais podiamos imaginar.obrigada Kleicer pelas palavras de incetivos a cada conversa, cada aula.agora mais do q nunca sei q sou capaz, muito obrigada mesmo!!!!(Luciana)."

VIVA O NOVO SER HUMANO - VIVA A NOVA SOCIEDADE.

VOCÊS PROFESSORES E PROFESSORAS PODEM MUITO.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

SAÍDA DE CAMPO


PréVestibularComunitário


TRILHA COSTÃO DO SANTINHO – MOÇAMBIQUE
2a. edição 25/05/08


Saída do Terminal do TICEN ÀS 8 HORAS.
Concentração na plataforma B do Ticen.
Levar água, frutas e comidas leves. No final da Trilha faremos um lanche coletivo. Usar calçados apropriados.

Professores Participantes: Felipe (GeoFis), Grazi (GeoFis), Kleicer (GeoHum/Red), Lucas (GeoHum), Thiago (Fis), Couglan (BIO), Robson (QMC)
SE CHOVER NÃO HAVERÁ TRILHA.
Dúvidas entrar em contato
Grazi -
grazimpb@hotmail.com - 84330333
Kleicer –
kleicer@gmail.com – 96131665

terça-feira, 29 de abril de 2008

O poder do império

Há uma palavrinha maldita pelas corporações de mídia e por isso mesmo abolida de seu repertório: imperialismo. O sociólogo Gilberto Felisberto Vasconcellos, colunista de Caros Amigos, sempre chama a atenção para este “pequeno” detalhe. A estratégia é tão simples quanto eficiente. Ao se apagar a palavra da memória coletiva inibem-se as possibilidades de compreensão de seu significado histórico – bem como seus impactos na atualidade. Claro está que o imperialismo hoje assume faces diversas, mas sua essência permanece inalterada: a busca pelo controle das riquezas naturais onde quer que estejam. Os Estados Unidos são a potência imperialista hegemônica e para manter seu domínio investem em armamentos o mesmo valor investido por todas as outras nações juntas – são 750 bases e missões militares em nada menos que 128 países. Mas não só. Essa potente máquina de guerra é sustentada pelo controle do sistema financeiro e da produção imagética. É o que Vasconcellos chama de “capital videofinanceiro”. Como registra o cientista social Atílio Boron, em artigo publicado no livro A teoria marxista hoje: “O outro novo instrumento de dominação imperialista é o quase absoluto predomínio que os Estados Unidos adquiriram no crucial terreno da circulação das idéias e da produção de imagens audiovisuais. O imperialismo hoje se reforça com um imperialismo cultural, que através do enorme desenvolvimento dos meios de comunicação de massas torna possível a imposição das idéias e dos valores da sociedade norte-americana de forma tal que nenhuma das experiências imperiais anteriores pôde sequer sonhar. Cerca de três quartos das imagens audiovisuais que circulam pelo planeta são produzidas nos Estados Unidos, projetando deste modo uma imagem propagandística, e falta até a medula, do sistema e de suas supostamente ilimitadas capacidades para satisfazer todas as aspirações materiais e espirituais da humanidade. As conseqüências políticas desta realidade são profundas e de longa vida”. Seria o caso de perguntar aos militares onde nossa soberania começa a ser ameaçada: na Amazônia ou no Jardim Botânico?

sábado, 12 de abril de 2008

SAÍDA DE CAMPO 6 ANO ESCOLA DA FAZENDA - EFAZ

Objetivo= A saída a campo ao Centro de Florianópolis compreendeu aos estudos do Espaço Geográfico Transformado, envolvendo conceitos previstos no plano de ensino das disciplinas de Geografia e História do primeiro trimestre do 6 ano da EFAZ.

Escola da Fazenda - EFAZ

Saída da EFAZ as 8 horas, utilizamos o transporte coletivo até o centro.

Objetivos específicos= Proporcionar aos estudantes uma visão das mudanças ocorridas no espaço geográfico da região central de Florianópolis a partir do trabalho do ser humano.

1a Parada Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina


2a Parada Rio da Bulha - Operação Tapete Verde da Prefeitura de Florianópolis.



Caminhamos ainda, pelo paisagismo construido com a operação Tapete Verde, passamos pela Praça XV e Mercado Público. Por fim, debatemos sobre o Sistema Integrado de Transporte Coletivo de Fpolis no TICEN.
fotos: Kleicer

domingo, 9 de março de 2008

Manifesto das Mulheres da Via Campesina

Nós mulheres da Via Campesina do Rio Grande do Sul estamos mais uma vez mobilizadas, nesta semana do 8 de março, para intensificar nossa luta contra o agronegócio e em defesa da soberania alimentar da população brasileira.

A soberania alimentar é o direito dos povos de produzir sua comida respeitando a biodiversidade e os hábitos culturais de cada região. Hoje em nosso país as riquezas naturais estão sob domínio das empresas multinacionais do agronegócio e a população tem cada vez menos acesso à terra, à água e aos alimentos.

Nós mulheres somos as primeiras a serem expulsas das atividades agrícolas nas áreas onde avança o agronegócio. Nosso trabalho é importante em uma agricultura camponesa porque sabemos produzir alimentos. Mas as empresas do agronegócio não estão preocupadas em produzir comida, só em produzir lucro transformando o campo em desertos verdes (de eucalipto, de soja, de cana). Um dos desertos que mais cresce em nosso Estado é o de eucalipto para celulose.

As empresas de celulose estão fechando fábricas nos Estados Unidos e na Europa e vindo para a América Latina. Aqui encontram muita terra, água, clima favorável e governos dispostos a atender seus interesses. Mais de 90% da produção de celulose do Brasil é para exportação. Assim, reduzimos a produção de comida, destruímos a biodiversidade, aumentamos a pobreza e a desigualdade para atender a demanda de lucro das empresas e um estilo de vida consumista nos países ricos. Esse é o papel horroroso que o Brasil cumpre hoje no mundo.

Uma das empresas responsáveis pelo avanço do deserto verde no Rio Grande do Sul é a Stora Enso, multinacional sueco-finlandesa. Pela lei brasileira estrangeiros não podem ter terra em uma faixa de 150 km da fronteira do Brasil com outros países. Acontece que a Stora Enso já tem milhares de hectares plantados no Uruguai e é exatamente próximo da fronteira gaúcha com este país que essa gigante do ramo de papel e celulose quer formar uma base florestal de mais de 100 mil hectares.

Inicialmente a Stora Enso tentou comprar as terras em nome da empresa Derflin, o braço da multinacional para produção de matéria prima, que por ser estrangeira não conseguiu legalizar as áreas.

Para viabilizar sua implantação a multinacional criou uma empresa laranja que está comprando as terras em seu nome: a agropecuária Azenglever Ltda, cujos donos são dois importantes funcionários da Stora Enso. Eles se tornaram os maiores latifundiários do estado, sendo “proprietários” de mais de 45 mil hectares. Essa operação ilegal é de conhecimento dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, do Incra, da Polícia Federal, mas nada de concreto foi feito para impedir o avanço do deserto verde. Decidimos então romper o silêncio que paira sobre esse crime.

Nossa ação é legítima. A Stora Enso é que é ilegal. Plantar esse deserto verde na faixa de fronteira é um crime contra a lei de nosso país, contra o bioma pampa e contra a soberania alimentar de nosso estado que está cada vez mais sem terras para produzir alimentos. Estamos arrancando o que é ruim e plantando o que é bom para o meio ambiente e para o povo gaúcho.

Alguns parlamentares gaúchos ao invés de combaterem a invasão dos estrangeiros estão propondo reduzir a Faixa de Fronteira para legalizar o crime. Usam o argumento de que a faixa de 150 km impede o desenvolvimento econômico dos municípios. Mas isso é uma grande mentira. Todos sabem que a Metade Sul não se desenvolve por causa do latifúndio e das monoculturas. Tanto que a faixa de fronteira também vigora na metade norte do estado e nessa região a economia é dinâmica.

As empresas de celulose prometem gerar emprego e desenvolvimento. Mas onde elas se instalam só aumenta o êxodo rural e a pobreza. Os trabalhos que geram são temporários, sem direitos trabalhistas, em condições precárias. Um exemplo é a Fazenda Tarumã em Rosário do Sul, de 2,1 mil hectares onde a Stora Enso gera somente dois empregos permanentes e alguns empregos temporários.

Se essa área for destinada para a reforma agrária podem ser assentadas 100 famílias gerando no mínimo 300 empregos diretos permanentes. Portanto, a Reforma Agrária e a Agricultura Camponesa é que são a melhor alternativa para preservar a biodiversidade, gerar trabalho e renda para a população do campo e alimentos saudáveis e mais baratos para quem mora nas cidades.

O projeto que tramita no Senado propondo reduzir a Faixa de Fronteira brasileira não inclui a Amazônia porque entende que isso seria uma ameaça para a floresta. Ou seja, admite que a redução da Faixa de Fronteira irá aumentar a destruição ambiental. Para nós todos os biomas brasileiros são importantes e entendemos que o Cerrado e o Pampa também precisam ser preservados.

Nós mulheres da Via Campesina reivindicamos das autoridades brasileiras:

- Anulação das compras de terra feitas ilegalmente pela Stora Enso na faixa de fronteira e expropriação dessas áreas para a reforma agrária. Somente nos 45 mil hectares que estão em nome da empresa laranja, a Agropecuária Azenglever daria para assentar cerca de 2 mil famílias, gerando 6 mil empregos diretos. Atualmente 2.500 famílias estão acampadas no Rio Grande do Sul e o Incra alega não ter terras para fazer assentamento.

- Retirada dos projetos no Senado e na Câmara Federal que propõem a redução da Faixa de Fronteira. Essa medida só vai beneficiar empresas como a Stora Enso que querem se apropriar das terras para transformá-las em deserto verde, destruir nossas riquezas naturais como o aqüífero guarani e o bioma Pampa. Para o povo gaúcho essa redução da faixa de fronteira só vai provocar aumento do êxodo rural, do desemprego, da destruição ambiental e o fim soberania alimentar pois vai faltar terra para produzir alimentos.

Sabemos que por lutar contra o deserto verde podemos sofrer a repressão do governo gaúcho. É prática desse governo tratar os movimentos sociais como criminosos e proteger empresas que cometem crimes contra a sociedade. Vamos resistir. Nossa luta é em defesa da vida das pessoas e do meio ambiente. Estamos aqui em 900 mulheres, mas carregamos conosco a energia e a coragem das milhares de camponesas que em todo o mundo lutam contra a mercantilização das riquezas naturais e da vida. Como dizia a companheira sem terra Roseli Nunes, assassinada covardemente em março de 1987 aqui no Rio Grande do Sul, “preferimos morrer lutando do que morrer de fome!”.

Mulheres da Via Campesina do Rio Grande do Sul
fonte: Agência Brasil de Fato

domingo, 2 de março de 2008

VIVA O POVO NA UNIVERSIDADE PÚBLICA.

Elaine Tavares - Jornalista e Membra do OLA (Observatório Latino Americano - UFSC)

Ele pareceria um rei, tamanha a beleza. A bermuda despojada, uma camisa em tom pastel e um boné surrado que gritava, em vermelho sangue, uma palavra muito pouco ouvida na universidade: favela. Ele era um, em meio a uma centena de jovens negros que lotavam o auditório da reitoria da UFSC para um dia histórico.
O dia em que negros e negras, muitos deles empobrecidos, entraram na universidade, não para uma visita ou para servirem de objetos de estudo, mas para ser aluno, fazer um curso superior. É que, pela primeira vez, a UFSC destinou cotas para negros no seu vestibular de ingresso.
Na comissão de professores que atendia, um por um, os calouros, era visível a alegria e o orgulho de ver uma luta de anos, finalmente sendo concretizada na prática. Havia sorrisos, apertos firmes de mão e até abraços. Pelo auditório, passeavam outras cores, cabelos cheios de tranças ou dreads, colares étnicos, risos. Eram negros, centenas, e não aquela meia dúzia, em geral africanos, que a comunidade universitária está acostumada a ver pelo campus.Eu penso que não deveria haver cotas para negros, nem para índios, nem para estudantes da escola pública.
Mas, enfim, desde que a universidade surgiu existe uma reserva de cotas. É a cota dos que fazem cursinho pago. Dos que podem ter bons colégios particulares. Então, isso sempre existiu. E, já que existiam cotas para os ricos, é muito justo que exista também para os negros, para os índios e para os que estudam em escola pública. No regime excludente da universidade pública, estas cotas instituídas agora são muito justas sim. E podem gritar os racistas, os neonazistas, e todos os outros "istas" que existem por aí, enrustidos ou não.É claro que a luta deve ser por escola para todos.
Todo e qualquer ser humano que viva aqui nestas terras devia ter direito a uma universidade pública e de qualidade. Porque gratuita ela não é. Todos nós pagamos para que poucos possam ter uma formação. E até hoje, os empobrecidos, os negros e os índios (estes na sua maioria também empobrecidos) não tinham essa chance. Não conseguiam passar a barreira da cota dos cursinhos.
Quem pode ter duzentos, trezentos reais, para pagar por mês um curso preparatório?As cotas são um paliativo. Sim, são. Mas elas podem ser fermento de mudança, elas podem escancarar a chaga escondida do racismo. Ontem, na UFSC, eu vi. Aqueles garotos e garotas negros, sempre marcados pelo preconceito, pela exclusão, unicamente por conta da cor, agora estão dentro da universidade.
Não que isso seja muita coisa. Não que seja bom para eles. É bom para a universidade, isto sim! Esta universidade racista, conservadora, por vezes reacionária, precisava se abrir ao outro, ao que sempre esteve fora por conta da sua condição econômica. Esta universidade precisa conviver com a gurizada que vem das escolas públicas, com as gentes das comunidades de periferia, com garotos como aquele do boné que grita: favela!
E tudo o que eu queria ver era esses garotas e garotas negros trazerem para dentro dos muros do campus sua música, sua cultura, suas raízes, seu riso, sua crítica, sua raiva, sua doçura, sua esperança, seu jeito de viver. E tudo o que eu quero é que eles não fiquem como a maioria dos universitários: apáticos, egoístas, ambiciosos, pensando só no mercado.
Eu quero que eles possam revolver conceitos, inventar o novo. Eu fiquei olhando para eles, mergulhada em emoção e sonhando. Ainda são poucos, muito poucos, mas podem fazer um grande estrago. Sempre digo que a universidade, tal como é, precisa morrer.
Há que nascer uma universidade diferente, capaz de pensar a vida real, capaz de caminhar nas estradas secundárias, capaz de construir uma nova sociedade. Não sei por que, mas creio que pode começar agora. Quando as gentes da periferia, os que estão excluídos da vida digna, os índios massacrados, entrarem e seguirem sendo eles mesmos, ajudando a inventar um tempo novo. Assim, ontem, num átimo, me voltou a esperança...

sábado, 1 de março de 2008

Pensamentando

"Não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar."

Bertolt Brecht

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Fidel Castro - um soldado das idéias.

Texto completo da mensagem do presidente cubano, Fidel Castro, comunicando sua renúncia ao cargo
"Queridos compatriotas:Prometi na última sexta-feira, 15 de fevereiro, que a próxima reflexão abordaria um tema de interesse para muitos compatriotas. Este artigo adquire esta forma de mensagem.
Chegou o momento de postular e eleger o Conselho de Estado, seu presidente, vice-presidentes e secretário.Desempenhei o honroso cargo de presidente por muitos anos. Em 15 de fevereiro de 1976 foi aprovada a Constituição Socialista por voto libre, direto e secreto de mais de 95% dos cidadãos com direito de voto.
A primeira Assembléia Nacional foi constituída em 2 de dezembro do mesmo ano e elegeu o Conselho de Estado e a sua Presidência. Antes, exerci o cargo de primeiro-ministro durante quase 18 anos. Sempre dispus das prerrogativas necessárias para levar adiante a obra revolucionária com o apoio da imensa maioria do povo.Conhecendo o meu estado crítico de saúde, muitos no exterior pensavam que a renúncia provisória ao cargo de presidente do Conselho de Estado, em 31 de julho de 2006, que deixei nas mãos do primeiro-vice-presidente, Raúl Castro Ruz, era definitiva. O próprio Raúl, que ainda ocupa o cargo de Ministro das Forças Armadas Revolucionárias por méritos pessoais, e os demais companheiros da direção do Partido e do Estado, foram resistentes a considerar-me afastado de meus cargos, apesar de meu precário estado de saúde.
Era incômoda minha posição frente a um adversário que fez de tudo para se desfazer de mim, e em nada me agradava comprazê-lo.Mais adiante pude alcançar novamente o domínio total da minha mente, a possibilidade de ler e meditar muito, obrigado pelo repouso. Me acompanharam as forças físicas suficientes para escrever por muitas horas, as quais compartilhei com a reabilitação e os programas pertinentes de recuperação.Um elementar sentido comum me indicava que esta atividade estava ao meu alcance.
Por outro lado, me preocupo sempre, ao falar da minha saúde, em evitar ilusões que no caso de um desenlace adverso, trariam notícias traumáticas ao nosso povo no meio da batalha. Prepará-lo, psicológica e politicamente, para minha ausência, era minha primeira obrigação após tantos anos de luta.Nunca deixei de assinalar que não se tratava de uma recuperação "isenta de riscos".
Meu desejo sempre foi cumprir o dever até o último sopro. É o que posso oferecer."A meus queridos compatriotas, que me deram a imensa honra de me eleger recentemente como membro do Parlamento, em cujo seio devem ser adotados acordos importantes para nossa Revolução, comunico que não aspirarei e nem aceitarei - repito - não aspirarei e nem aceitarei o cargo de Presidente do Conselho de Estado e Comandante-chefe.
"Em breves cartas dirigidas a Randy Alonso, diretor do programa 'Mesa Redonda' da televisão nacional, que foram divulgadas por minha solicitação, foram incluídos discretamente elementos da mensagem que hoje escrevo, e nem sequer o destinatário das mensagens conhecia meu propósito. Confiei em Randy porque o conheci bem quando ele era estudante universitário de Jornalismo, e me reunia quase todas as semanas com os principais representantes dos alunos, que já eram conhecidos como o coração do país, na biblioteca da ampla casa de Kohly, onde se abrigavam.
Hoje, todo o país é uma imensa universidade.Parágrafos selecionados da carta enviada a Randy em 17 de dezembro de 2007:"Minha mais profunda convicção é de que as respostas aos problemas atuais da sociedade cubana - que possui uma média educacional próxima de 12 graus, quase um milhão de pessoas com ensino superior completo e a possibilidade real de estudo para seus cidadãos sem nenhuma discriminação - requerem mais soluções para cada problema concreto do que as contidas em um tabuleiro de xadrez.
Nenhum detalhe pode ser ignorado, e não se trata de um caminho fácil, se é que a inteligência do ser humano em uma sociedade revolucionária prevalece sobre seus instintos.Meu dever elementar não é me perpetuar em cargos, ou impedir a passagem de pessoas mais jovens, mas fornecer experiências e idéias cujo modesto valor provém da época excepcional que pude viver.
Penso como (Oscar) Niemeyer que é preciso ser conseqüente até o final".Carta de 8 de janeiro de 2008:"Sou decididamente partidário do voto unido (um princípio que preserva o mérito ignorado). Foi o que nos permitiu evitar as tendências de copiar o que vinha dos países do antigo bloco socialista, entre elas a figura de um candidato único, tão solitário e ao mesmo tempo tão solidário com Cuba.Respeito muito aquela primeira tentativa de construir o socialismo, graças à qual pudemos continuar o caminho escolhido.
Tinha muito presente que toda a glória do mundo cabe em um grão de milho.Trairia minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total quando não estou em condições físicas de oferecer isso. Explico sem dramaticidade.Felizmente nosso processo conta ainda com quadros da velha-guarda, junto a outros que eram muito jovens quando começou a primeira etapa da Revolução. Alguns quase crianças se incorporaram aos combatentes das montanhas e depois, com seu heroísmo e suas missões internacionalistas, encheram de glória o país.
Contam com autoridade e experiência para garantir a substituição.Dispõe igualmente nosso processo da geração intermediária que aprendeu conosco os elementos da complexa e quase inacessível arte de organizar e dirigir uma revolução.O caminho sempre será difícil e exigirá o esforço inteligente de todos.
Desconfio dos caminhos aparentemente fáceis da apologética, ou da autoflagelação como antítese. É preciso se preparar sempre para a pior das hipóteses.Ser tão prudentes no êxito quanto firmes na adversidade é um princípio que não pode ser esquecido. O adversário a derrotar é extremamente forte, mas o mantivemos longe durante meio século.Não me despeço de vocês.
Desejo apenas lutar como um soldado das idéias. Continuarei a escrever sob o título 'Reflexões do companheiro Fidel'. Será mais uma arma do arsenal com o qual se poderá contar. Talvez minha voz seja ouvida. Serei cuidadoso.
Obrigado
Fidel Castro Ruz
18 de fevereiro de 2008"

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Pedágios e a Constituição.


O DIREITO DE IR E VIR BARRADO PELOS PEDÁGIOS
Entre os diversos trabalhos apresentados, um deles causou polêmica entre os participantes de um Congresso de Direito no Rio Grande do Sul."
A Inconstitucionalidade dos Pedágios", desenvolvido pela aluna do 9º
semestre de Direito da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Márcia dos Santos Silva chocou, impressionou e orientou os presentes.
A jovem de 22 anos apresentou o "Direito fundamental de ir e vir" nas estradas do Brasil. Ela, que mora em Pelotas, conta que, para vir a Rio Grande apresentar seu trabalho no congresso, não pagou pedágio e, na volta, faria o mesmo. Causando surpresa nos participantes, ela fundamentou seus atos durante a apresentação.
Márcia explica que na Constituição Federal de 1988, Título II, dos "Direitos e Garantias Fundamentais", o artigo 5 diz o seguinte: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade". E no inciso XV do artigo: "é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens".
A jovem acrescenta que "o direito de ir e vir é cláusula pétrea na Constituição Federal, o que significa dizer que não é possível violar esse direito. E ainda que todo o brasileiro tem livre acesso em todo o território nacional. O que também quer dizer que o pedágio vai contra a constituição". Segundo Márcia, as estradas não são vendáveis. E o que acontece é que concessionárias de pedágios fazem contratos com o governo Estadual de investir no melhoramento dessas rodovias e cobram o pedágio para ressarcir os gastos.

No entanto, no valor da gasolina é incluído o imposto de Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide), e parte dele é destinado às estradas. "No momento que abasteço meu carro, estou pagando o pedágio. Não é necessário eu pagar novamente. Só quero exercer meu direito, a estrada é um bem público e não é justo eu pagar por um bem que já é meu também", enfatiza.

A estudante explicou maneiras e mostrou um vídeo que ensinava a passar nos pedágios sem precisar pagar. "Ou você pode passar atrás de algum carro que tenha parado. Ou ainda passa direto. A cancela, que barra os carros é de plástico, não quebra, e quando o carro passa por ali ela abre. Não tem perigo algum e não arranha o carro", conta ela, que diz fazer isso sempre que viaja. Após a apresentação, questionamentos não faltaram.

Quem assistia ficava curioso em saber se o ato não estaria infringindo alguma lei, se poderia gerar multa, ou ainda se quem fizesse isso não estaria destruindo o patrimônio alheio. As respostas foram claras. Segundo Márcia, juridicamente não há lei que permita a utilização de pedágios em estradas brasileiras.

Quanto a ser um patrimônio alheio, o fato, explica ela, é que o pedágio e a cancela estão no meio do caminho onde os carros precisam passar e, até então, ela nunca viu cancelas ou pedágios ficarem danificados.
Márcia também conta que uma vez foi parada pela Polícia Rodoviária, e um guarda disse que iria acompanhá-la para pagar o pedágio. "Eu perguntei ao policial se ele prestava algum serviço para a concessionária ou ao Estado. Afinal, um policial rodoviário trabalha para o Estado ou para o governo Federal e deve cuidar da segurança nas estradas. Já a empresa de pedágios, é privada, ou seja, não tem nada a ver uma coisa com a outra", acrescenta.

Ela defende ainda que os preços são iguais para pessoas de baixa renda, que possuem carros menores, e para quem tem um poder aquisitivo maior e automóveis melhores, alegando que muita gente não possui condições para gastar tanto com pedágios. Ela garante também que o Estado está negando um direito da sociedade. "Não há o que defender ou explicar.

A constituição é clara quando diz que todos nós temos o direito de ir e vir em todas as estradas do território nacional", conclui.

Ela não sabe ainda que área do Direito pretende seguir, mas garante quevai continuar trabalhando e defendendo a causa dos pedágios.
FONTE: JORNAL "AGORA"

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

INSCRIÇÕES PRÉ VESTIBULAR COMUNITÁRIO 2008.

eSTÃO abertas as inscrições para o curso Pré Vestibular Comunitário 2008.

Núcleos Centro, Rio Tavares, Aderbal e Aníbal.

DATA: 21/jan a 01/fev 2008 - HORÁRIO: 18:30h as 20:30h

LOCAIS Das INSCRIções:
- Escola Celso Ramos, Prainha (centro)
- Escola Porto Rio Tavares, ao lado do TIRIO
- Escola Aderbal Ramos da Silva, Estreito
- Escola Aníbal, próximo Flamenguinho.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS (xerox):
1) RG e CPF;
2) Comprovante que cursou ou que está cursando o 2º Grau;
3) Comprovante de Renda de toda a família;
4) Comprovante de Residência;
5) Comprovante de aluguel;
6) Uma foto 3x4 (escreva o nome atrás).
7) Se pessoas na família com uso de remédio contínuo, trazer receita e valor. OBS: As informações apresentadas, são de inteira responsabilidade dos estudantes.

PATROCINADORA: ELETROSUL

Informações: 9917-7200 Janete / 9616-5080 Ronaldo / 8828-2670 José Luiz / 9972-7975 Iraci / 8431-6201 Josi / 9971-9458 Marli

OBS - os estudantes dos anos anteriores, tem que ir nos dias das incrições e preencherem as fichas indicando que são estudantes dos anos anteriores.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Meu Verão de 2008...

...em Balneário Rincão, Içara - Sul de Santa Catarina.

até que a praia bombou nos dias de sol muito forte.

meu passa minutos.

curtindo a paisagem, que PAISAGEM, hummmm.