Revolucionar

Revolucionar

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A ARTE DE APRENDER.


Aproxima-se o dia de completar 10 anos em sala de aula, e essa quarta – feira, com estudantes sedentos por conhecimentos, me fortaleceram ainda mais para continuar caminhando e lutando por um OUTRO MUNDO POSSÍVEL. POR UMA OUTRA EDUCAÇÃO POSSÍVEL.
Quarta – feira, dia 04-04 de 2012, sempre as quartas, esse ano, as aulas no Projeto de Educação Comunitária Integrar é assim, tudo começa com um boa noite de estrarlar as paredes, correspondido, às vezes, pelos estudantes trabalhadores, com exceção da sala 2 que está num pique fenomenal nas aulas, e sempre com os pulmões cheios para dar um boa noite daqueles. Obrigado por essa recepção calorosa.
Em sala de aula, o professor tem um papel fundamental na formação dos seres humanos, que fazem todo dia intervenções na sociedade, porém a forma que fazem, muitas vezes não corresponde com os princípios dos seres humanos, de respeita à vida de todos. Assim o papel do professor é desafiador, não é o de dar respostas, é o de ensinar a fazer perguntas, de estimular os estudantes a falarem, falarem e falarem, de terem suas próprias ideias, para desenvolverem seus próprios argumentos. Isso tem acontecido em mais um início de ano no Projeto Integrar.
Aos que já foram meus estudantes, já me conhecem! conhecem a metodologia, as articulações das ideias, o quadro “legível” com “esquemas organizados”, pensado com a finalidade de melhor compreendermos a lógica da formação e estruturação da nossa sociedade. Aos estudantes novos, suas caras são de espanto! Ficam se questionando (que loucura é essa), muitos até duvidam que estão dentro de uma sala de aula, estão fechados no seus mundinhos individualistas, que não conseguem ver o diferente. Gostaria de alertá-los, que os mais certos nessa sociedade do egoísmo são os errados, os que ainda tem as mentes abertas para pensar o novo.
            A universidade é um exemplo disso, carece desses seres humanos pensantes. A grande maioria é mero repetidor de professor, mero escrevinhador de cadernos, ou mero leitor de cópias de partes do livro. São poucos os que causam e são a diferença na Universidade. No Projeto Integrar, estamos construindo uma Gestão Estudantil dentro da Universidade, para podermos participar e garantir além do acesso dos estudantes trabalhadores a sua permanência, na qual é muito difícil, devido aos altos custos.
Os acontecimentos desta quarta feira, em muito me alegraram, tivemos a participação da Luciana, estudante de ciências sociais na UFSC, participante do Projeto Integrar na Gestão Estudantil Universitária – e cheia de ideias revolucionárias, conduzimos o debate das ideias junto com os estudantes.
Foi proposto aos estudantes de todas as salas uma pergunta inicial para iniciarmos os debates, problematizando e interpretando nossa sociedade. Na sala 1, tivemos um excelente debate iniciado pelo estudante Clainton, que questionou sobre a liberdade de expressão, se havia ou não, a partir desta questão, fomos construindo os argumentos e compreendendo como vivemos hoje em nosso país.
Na Sala 3, não foi diferente, com um debate acalorado, a partir de dois questionamentos, um acerca dos investimentos na educação de um país subdesenvolvido como o Brasil – pergunta feita pela estudante Silvia, e o outro sobre a problemática do Oriente Médio – pergunta feita pela estudante Daniela, principalmente o caso do Egito e suas políticas macro econômicas. Muitas ideias, das quais pouquíssimas eu concordo, mas, o importante nesse momento é que elas sejam faladas, pois vamos ao longo do ano desenvolvendo nossa arguição. Nos falta e muito leitura, e categorias para analisar a realidade, tanto brasileira como mundial. O que se viu nos argumentos, fui muito um repeteco do que se vê na TV, nos jornais impressos e no face, sem compreensão do processo histórico, ficando uma análise rasa.
Para fechar a noite, na sala 2, o debate pegou fogo na sala, com inúmeros questionamentos, perguntas, dúvidas, curiosidades. ASSIM É GOSTOSO DEMAIS DE DAR AULA. Primeiro questionamento foi feito pelo estudante Jeferson Fernandes, sobre o Wikileads e a sociedade da informação, o segundo questionamento foi feito pela estudante Jainara, foi uma pergunta ousada, corajosa, de quem está ali muito a fim de aprender, de construir, cheia de curiosidades, e com ideias aflorando. Muito bem, a pergunta foi mais ou menos assim: “porque você (kleicer) dá aula desta forma”. Desde já muito obrigado Jainara pela pergunta. A resposta fica com aqueles que participaram desde momento histórico, de mais uma aula realizada com muito êxito.
Sobre a aula, a estudante Gabrielli Beuter comentou o seguinte: AULA que presta mesmo não precisa ser anotada no caderno.. ta tudo na mente... pra que caderno né?? quem sabe de verdade entende o que ta no quadro!
Foi um aquecimento, quando mais os estudantes participarem, mais vão aprender a desenvolverem suas ideias próprias.
Gostaria de registrar também a participação do estudante Carlos Augusto, participante da Gestão Estudantil do Projeto Integrar, estudante de Educação Física.
Sejam bem vindos todos e todas à participar dos debates. Valeu Galera. Hasta La Victória Siempre. VIVA CHE.

                                            FOTO by Gabrielli Beuter
Kleicer Cardoso Rocha - 05-04-2012.
Educador.   


2 comentários:

Neri disse...

Ótima aula, ajuda a abrir nossas mentes, e quebra o ritmo imposto pelas ciências "exatas" que forçam nossos cérebros a se fecharem em seu mundinho de cálculo, soma, divide, multiplica... Como nosso dia a dia; estamos tão ocupados, trabalhando, estudando, dormindo, comendo, que somos impulsionados a não pensar, como é de interesse àqueles que estão no poder. Muito obrigado professor. Confesso que fiquei um pouco assustado com sua maneira de dar aula,(por ser diferente) e acanhado por isso, mas vou tentar falar mais na próxima aula.

Anônimo disse...

Professor Kleicer,
vou fazer jus a minha pessoa, de sempre utilizar a escrita, mais do que a fala.
Queria comentar sobre o que a aluna Gabrielli Beuter comentou em sua aula, deixando claro, que concordo em parte, que o aluno que sabe, sabe e pronto, não precisa de anotações no caderno, tá tudo na mente. O aluno que sabe, entende o que se está falando ali na frente, ele já tem conhecimento do assunto, e se ainda não o tem, o mesmo passa a conhecer, a concordar e discordar, mesmo que não levante a voz durante as aulas.
Creio que alguns alunos pensam da mesma forma que a Gabrielli, só que tem um porém... a meta de cada um dos alunos, é passar no vestibular, e isso nos 'obriga' a estudar mais, a anotar, a ouvir, pois numa prova de vestibular, não vão levar em conta, creio eu, sobre o que pensamos, por muitas vezes pensarmos diferente, se encontrarmos alguma discursiva, nos afirmando algo, e não formos repetidores de ideias, e acabar discordando, acredito que não levaríamos pontos, o pensar diferente, durante a prova, nem sempre nos leva pra universidade, infelizmente, porque se assim fosse, as universidades teriam alunos de cabeça mais aberta, que estão prontos para argumentar professores em sala de aula.

Integrar, sala 1.